No ano de 1900, oficiais do 6º Regimento de Cavalaria (1ª designação do 2º R C Mec), com seu quartel sediado no Bairro do Passo, local onde atualmente está instalada a CORSAN, quiseram homenagear o Marechal Floriano Peixoto, falecido em 1895, no aniversário de sua morte, que iria transcorrer em 29 de junho. O Marechal Floriano, quando 2º Tenente de Artilharia, havia lutado na região contra os invasores paraguaios, tendo patrulhado o rio Uruguai, entre Paso de Los Libres e Uruguaiana, em chatas armadas com canhões, não permitindo a ligação das forças inimigas existentes em ambas as margens e, posteriormente, a fuga dos efetivos que haviam se apossado de Uruguaiana.
Ao morrer, o Marechal havia deixado muitos desafetos, por isso Trajano Cesar - então tenente - sugeriu que fosse “levantada uma cruz no campo desocupado onde, em 1865, se travara um combate entre forças brasileiras e as invasoras do Paraguai, a fim de servir de símbolo a uma Missa Campal, no dia 29 de junho". O quartel, no Passo, estava sendo reformado pelo então Major João José de Oliveira Freitas, que forneceu restos de madeira de lei que tinha sido retirada dos matos de São Gabriel. Seguindo indicações de Trajano Cesar, o carpinteiro do Regimento, Sr. Anastácio Pitaluga, fez a cruz que foierguida no local da famosa “Resistência de São Borja”. Foi aí que, em 29 de junho de 1900, foi rezada uma Missa Campal com a presença dos “integrantes do 6º Regimento de Cavalaria, do 6º Batalhão de Infantaria e muitíssimas famílias”.
Terminada a missa, foi colocada nessa cruz uma placa comemorativa, em bronze, fundida no Arsenal da Marinha então existente em Itaqui, por gentileza do Capitão-Tenente Gustavo Antônio Garnier, seu Diretor. “Atarracharam os parafusos da placa os Generais Francisco Rodrigues Lima e Manoel do Nascimento Vargas, o Ten Cel Carlos Mesquita e o Intendente de São Borja, Júlio Garcia Tróis”. É a placa que vemos, ainda hoje, em forma de barrete frígio - símbolo da República - onde se lê “Pelo Marechal Floriano aos Voluntários da Pátria - 10.6.1865/10.06.1900”. A partir de então, já que a base da cruz era constituída de um pequeno altar, o lugar serviu para comemorar, com missas campais, o 15 de Novembro. Em sua carta - escrita quando já era General - Trajano Cesar diz que regressou a São Borja em 1913 e viu que “o sítio estava arruado e cheio de edificações particulares” estando a Cruz dentro do quintal de uma delas. Escreveu longa carta a Viriato Vargas, então Intendente de São Borja, contra o que considerava uma profanação. Este nada pôde fazer por ter deixado a Intendência em seguida, e a Cruz Grande ali ficou abandonada.
Quando o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon escolheu este local para a construção do quartel do atual 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado, a Cruz foi mantida em seu interior, sendo recortada nas extremidades, por estar apodrecendo, e colocada sobre um pedestal, ainda em forma de altar.
Posteriormente foram-lhe apostas mais duas placas. Uma, de forma oval, em bronze, diz “Homenagem dos Oficiais Inferiores e Praças do 1º Batalhão de Infantaria da Brigada.