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Informática

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Terça, 13 Outubro 2015 15:07

ESTRUTURA DO ENSINO

 Atualmente o município de São Borja conta com:

    - 11 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI);
    - 11 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF) na zona urbana e 08 na zona rural;
    - 10 escolas estaduais na cidade e 03 no interior;
    - 02 colégios particulares: o Colégio Sagrado Coração de Jesus, com turmas do jardim ao ensino médio, com formação profissionalizante de Técnico em Informática e Técnico em Enfermagem, bem como o Colégio Adventista, que oferece o Ensino Fundamental;
     - Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA): oferece os cursos de Jornalismo, Ciências Humanas, Ciências Sociais – Ciência Política, Comunicação Social –  Publicidade e Propaganda, Direito, Geografia, Relações Públicas e Serviço Social;
    - Instituto Federal Farroupilha (IFFAR), com cursos técnicos na área de Informática, Eventos e Cozinha; Licenciaturas em Matemática e Física; Bacharelado em  Sistemas de Informação; Tecnologia em Gestão de Turismo e Tecnologia em Gastronomia. Na modalidade de educação a distância, é ofertado o curso Técnico em Informática para Internet.
    - Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), com os cursos de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (Bacharelado) e Gestão Ambiental (Bacharelado).
    - Possui também diversos cursos EAD, entre eles, o Centro Universitário Internacional (UNINTER), a Universidade Anhanguera e a Universidade Uniasselvi.

O município de São Borja foi fundado em 1682 e elevado a vila em 21 de maio de 1834. Está situado a 584 Km de Porto Alegre, capital do Estado, possuindo uma área de 3.616,69 Km2.
  Segundo dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2010) a população do município é de 61.671 habitantes, perfazendo a densidade populacional equivalente a 17,05 hab/km².
     São Borja limita-se com os municípios de São Nicolau, Garruchos, Santo Antônio das Missões, Bossoroca, Santiago, ltaqui, Maçambará e com a República Argentina através do Rio Uruguai.
    Em meados de 1682, o Padre Francisco Garcia de Prada (Jesuíta Espanhol) atravessou o Rio Uruguai para fundar a redução de São Francisco de Borja, dando início à segunda fase da colonização das Missões e marcando a então “redução jesuítica” na história, como sendo o primeiro dos “Sete Povos das Missões” a ser organizado, após a destruição das Missões Orientais pelos bandeirantes paulistas.
   Em 1690, a redução recebeu a denominação de Povo das Missões Jesuíticas, sendo, desta forma, reconhecida como Jurisdição Social e Religiosa sob o domínio político da Espanha.
   Em 1801, o Povo das Missões Jesuíticas de São Francisco de Borja passou para o domínio Português, sob a liderança do Capitão de Dragões Francisco Barreto Pereira Pinto, que mandou o Cabo Manoel dos Santos Pedroso e José Borges do Canto, desertor do Regimento de Dragões, conquistarem o Povo de São Francisco de Borja, depois que Gabriel de Almeida e Manoel dos Santos Pedroso conquistaram o município de Rio Pardo através de Resolução Provincial, assinada pelo Presidente Manoel Antônio Galvão, obtendo assim a sua autonomia.

      O primeiro Vereador da Câmara Municipal de São Borja foi João José da Fontoura Palmeiro, em abril de 1834. “Freguesia”, em 21 de maio do mesmo ano foi elevada à “Vila” através de Termo Municipal. Em 1887 recebeu a designação de “cidade”.

      O município foi influenciado na parte religiosa em virtude da própria fundação ser de origem católica, sendo esta a religião predominante.

     No setor político, São Borja é chamada de “Berço do Trabalhismo”, sendo que dois Presidentes da República tiveram São Borja como terra natal (o Presidente Getúlio Dornelles Vargas e o Presidente João Goulart). Até hoje, São Borja tem, no trabalhismo, fortes influências dentro do município.
    Seu povo é formado por pessoas oriundas de várias etnias e pelo gaúcho típico, com usos e costumes próprios e fortes raízes no campo.

     Na área cultural, o município tem vasto acervo nos museus Missioneiro, Getúlio Vargas e João Goulart. Os Museus Getúlio Vargas e João Goulart estão instalados nas antigas casas dos Presidentes. São Borja dispõe também do Espaço Cultural Brigadeiro João Manoel Menna Barreto, no interior do 2° RC Mec, e do Museu da Estância, de propriedade do Grupo Amador de Arte “Os Angüeras".
   nativismo e o culto das tradições influenciam enormemente a população, tendo como destaque o grupo de cultura nativa Os Angüeras.

     Os Centros Tradicionalistas que mais se destacam são: Centro Nativista Boitatá, Centro de Tradições Gaúchas Tropilha Crioula, Centro de Folclore e Tradições Gaúchas Farroupilha, Piquete de Tradições Gaúchas João Manoel e Centro de Tradições Gaúchas Revivendo a Tradição. Existem também vários piquetes, no perímetro urbano e rural do município.

      Entre os eventos relacionados à tradição, destacam-se: 

          - Semana Farroupilha: o Município de São Borja foi declarado “Capital Gaúcha do Fandango” através da Lei Nº 15.093, de 2 de janeiro de 2018.

            - Festival da Barranca: acontece anualmente às margens do Rio Uruguai, com apresentação de músicas e poesias nativas.   

           - Ronda de São Pedro: Festival que ocorre com periodicidade anual, promovido pelo Centro Nativista Boitatá.

      No mês de outubro realiza-se a Feira Nacional do Oeste (FENAOESTE), no Parque de Exposições General Serafim Dornelles Vargas, com diversos shows musicais, entre outras atrações.

     Além dos Círculos Militares, o município dispõe de seis Clubes Sociais, sendo que três (Associação Atlética Banco do Brasil, Clube Comercial e Clube Recreativo Samborjense), possuem áreas de lazer e piscinas à disposição dos seus associados.

      A comunidade é composta por várias religiões (Católica, Evangélica, Espírita...). A Católica, conta com duas Paróquias, sendo a São Francisco de Borja, situada no centro da cidade e a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, situada no bairro do Passo, que atende também todo o interior do município. A Evangélica conta com a Igreja Assembleia de Deus, Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular e Igreja Batista, entre outras. A Espírita conta com a Sociedade Espírita José Ferreira de Moraes, Sociedade Espírita Allan Kardec e Instituto de Cultura Espírita Caminho da Luz.

      A economia do município é baseada na agropecuária, principalmente no plantio e beneficiamento de arroz, no plantio de soja e na criação de gado de corte. O setor primário contribui com 61% do PIB do município, a indústria com 22%, o comércio com 11% e o setor de serviços com 6%. 

     João Mancias Alves nasceu em São Borja em 11 de novembro de 1921. Era filho legítimo do Sr. Daniel Alves e de Dona Júlia Mancias dos Santos.
     Com boa estatura, agricultor e não alfabetizado, sentou praça como voluntário no então 2º Regimento de Cavalaria Independente, sendo incorporado no 2º Esquadrão de Fuzileiros em 3 de fevereiro de 1941.
     Foi considerado mobilizável, por ter passado a pronto na instrução do 1º período, em 31 de julho de 1941.
     Tendo sido selecionado, partiu deste Regimento, juntamente com mais 39 praças, em 21 de outubro de 1943, com destino ao Rio de Janeiro, para integrar o 1º Escalão da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Embarcou com o 2º Escalão em 20 de setembro de 1944, no navio americano "Gen Mann", após um longo período de preparação.
     O navio desatracou em 22 de setembro e chegou a Nápoles em 06 de outubro de 1944.
     Desempenhava a função de motorista da Companhia do Quartel-General, quando veio a falecer em operações de guerra, em 15 de janeiro de 1945, em Valdibura, na Itália.
     Foi Agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil e Cruz de Combate de 2ª Classe.

"HERÓI DO REGIMENTO - HERÓI DO BRASIL!"
Homenagem do Regimento João Manoel
Quartel em São Borja - RS, 24 de março de 2000.

Fontes consultadas: Adt. BI nº 28-A, de 3/Fev/1941; BI nº 182, de 31/Jul/1941; BI nº 244, de 19/Out/1943 e Boletim do Exército nº 9, de 3/Mar/1945 (1º Trimestre).

Sd JOÃO MANCIAS ALVES
( *11-11-1921 +15-01-1945)

Segunda, 12 Outubro 2015 19:59

EFETIVO DA FEB

 

Relação nominal dos integrantes do 2º R C I (atual 2º R C Mec) na FEB

CONTINGENTE EMBARCADO EM 19/12/1944
- 2º TEN RODOLFO GARTNER DANN
- 3º SGT IVAM PITALUGA HOFFMANN
- 3º SGT LEONARDO ARANDA DA SILVA
- 3º SGT GUERINO COLNAGUI
- CABO DIAREU ALVEAR DE ALMEIDA
- CABO DELFINO ROMERO PEDROSO
- CABO VITERBO PEREIRA DOS SANTOS
- CABO NOEL FIORAVANTE
- CABO HUGO JOBIM DUARTE
- CABO ADÃO SEPULVEDA DE MOURA
- CABO DARCI DE CASTRO BETTIM
- CABO JACOB COPEAUX XIMENEZ
- SOLDADO VERANO JORNADA
- SOLDADO OTACÍLIO SOARES
- SOLDADO SERAFIM BETIM DOS SANTOS
- SOLDADO POLICARPO FONTELA MACHADO
- SOLDADO ELEUTÉRIO DO NASCIMENTO
- SOLDADO MARCIANO FONTOURA DA SILVA
- SOLDADO GENTIL SOARES PEREIRA
- SOLDADO ANTONINO NEVES ARCE
- SOLDADO GENTIL FERREIRA SALDANHA
CONTINGENTE EMBARCADO EM 26/12/1944
- 1º SGT ROSALINO MAZUCO
- SOLDADO MANOEL GASPAR TEIXEIRA ALVARES
- SOLDADO OTÁVIO MACIEL DE MOURA
- SOLDADO ROMANO NARDÉLO
- SOLDADO ALÍCIO DOS SANTOS
- SOLDADO FORTUNATO PARAÍBA
- SOLDADO HONÓRIO GOMES PROENÇA
- SOLDADO ANTÔNIO ESTACHELISKI
- SOLDADO PEDRO RODRIGUES DE ALMEIDA
- SOLDADO JACINTO ZELIOTO
- SOLDADO JOÃO DE LOURENÇO FILHO
- SOLDADO RUBENS DA ROSA
- SOLDADO SERAFINO FABRO
- SOLDADO LUIZ FERREIRA DO AMARAL
- SOLDADO VIRIATO JOSÉ DO ROSÁRIO
- SOLDADO ADÃO DE PAULA ALVES
- SOLDADO ARMELINDO JOSÉ PASTORI
- SOLDADO PAULO GEORGE
- SOLDADO EUCLÍDES CORNÉLIO
- SOLDADO AVELINO DENARDI
- SOLDADO EZEQUIEL RUIVO ESCOBAR
- SOLDADO FIORENTINO VENDRÚSCULO
- SOLDADO OSVALDO PATRÍCIO KERCH
- SOLDADO ARGEMIRO SERISSOLA
- SOLDADO JOSÉ MORTOVANI
- SOLDADO SILVIO ZAGO
- SOLDADO ANTÔNIO LAZAROTO
- SOLDADO ARISTÓTELES FREITAS DE OLIVEIRA
- SOLDADO ORACÍLIO FONTELA
- SOLDADO LAURO VELASQUE DE MOURA
- SOLDADO HÉLIO DA SILVA SILVEIRA
- SOLDADO LUIZ MARTINS
- SOLDADO VASCO FERNANDES
- SOLDADO LARICO DO NASCIMENTO
- SOLDADO ILDEFONSO DE SOUZA
- SOLDADO CAETANO SILVA
- SOLDADO QUIRINO MENDES DOS SANTOS
- SOLDADO ARNALDO KASSAFUZ
- SOLDADO BRASIL NUNES TRINDADE
- SOLDADO AFONSO BERLE
- SOLDADO VARDEMAR BRAGA DE MELO
- SOLDADO OTO SCHMITH
- SOLDADO SILVIO ARAÚJO DOS SANTOS
- SOLDADO APARÍCIO BRAGA DE MELO
- SOLDADO ABÍLIO ANTUNES DA ROSA
- SOLDADO ESTANISLAU BARENOSKI
- SOLDADO BERNADINO JOSÉ DO NASCIMENTO
- SOLDADO LADISLAU UBISNKI
- SOLDADO GERMANO GRANS
- SOLDADO GOMERCINDO HENRIQUE DE OLIVEIRA
- SOLDADO VENÂNCIO NUNES
- SOLDADO ELPÍDIO TRINDADE FONTELA
- SOLDADO TRANQUILO MORRETO
- SOLDADO EUDORICO DOS SANTOS MOREIRA
- SOLDADO JANUÁRIO CASSAFUZ
- SOLDADO ROSALINO BETIM DOS SANTOS
- SOLDADO JOSÉ MACIEL
- SOLDADO BERTOLDO JOÃO ALBRECHT
- SOLDADO ANTÔNIO FAGUNDES DE PAZ
- SOLDADO CELESTINO SOARES
- SOLDADO MARÇAL FERREIRA BORGES
- SOLDADO ANTÔNIO DELFES TEIXEIRA
- SOLDADO FLORENTINO GUIMARÃES VIEIRA
- SOLDADO PEDRO GOMES DA SILVA
- SOLDADO RAMÃO BATISTA DE MELO
(Transcrito do Boletim Regimental nº 016, de 18 de janeiro de 1945)
Segunda, 12 Outubro 2015 19:52

BREVE HISTÓRICO DA CRUZ GRANDE

     No ano de 1900, oficiais do 6º Regimento de Cavalaria (1ª designação do 2º R C Mec), com seu quartel sediado no Bairro do Passo, local onde atualmente está instalada a CORSAN, quiseram homenagear o Marechal Floriano Peixoto, falecido em 1895, no aniversário de sua morte, que iria transcorrer em 29 de junho. O Marechal Floriano, quando 2º Tenente de Artilharia, havia lutado na região contra os invasores paraguaios, tendo patrulhado o rio Uruguai, entre Paso de Los Libres e Uruguaiana, em chatas armadas com canhões, não permitindo a ligação das forças inimigas existentes em ambas as margens e, posteriormente, a fuga dos efetivos que haviam se apossado de Uruguaiana.

     Ao morrer, o Marechal havia deixado muitos desafetos, por isso Trajano Cesar - então tenente - sugeriu que fosse “levantada uma cruz no campo desocupado onde, em 1865, se travara um combate entre forças brasileiras e as invasoras do Paraguai, a fim de servir de símbolo a uma Missa Campal, no dia 29 de junho". O quartel, no Passo, estava sendo reformado pelo então Major João José de Oliveira Freitas, que forneceu restos de madeira de lei que tinha sido retirada dos matos de São Gabriel. Seguindo indicações de Trajano Cesar, o carpinteiro do Regimento, Sr. Anastácio Pitaluga, fez a cruz que foierguida no local da famosa “Resistência de São Borja”. Foi aí que, em 29 de junho de 1900, foi rezada uma Missa Campal com a presença dos “integrantes do 6º Regimento de Cavalaria, do 6º Batalhão de Infantaria e muitíssimas famílias”.
     Terminada a missa, foi colocada nessa cruz uma placa comemorativa, em bronze, fundida no Arsenal da Marinha então existente em Itaqui, por gentileza do Capitão-Tenente Gustavo Antônio Garnier, seu Diretor. “Atarracharam os parafusos da placa os Generais Francisco Rodrigues Lima e Manoel do Nascimento Vargas, o Ten Cel Carlos Mesquita e o Intendente de São Borja, Júlio Garcia Tróis”. É a placa que vemos, ainda hoje, em forma de barrete frígio - símbolo da República - onde se lê “Pelo Marechal Floriano aos Voluntários da Pátria - 10.6.1865/10.06.1900”. A partir de então, já que a base da cruz era constituída de um pequeno altar, o lugar serviu para comemorar, com missas campais, o 15 de Novembro. Em sua carta - escrita quando já era General - Trajano Cesar diz que regressou a São Borja em 1913 e viu que “o sítio estava arruado e cheio de edificações particulares” estando a Cruz dentro do quintal de uma delas. Escreveu longa carta a Viriato Vargas, então Intendente de São Borja, contra o que considerava uma profanação. Este nada pôde fazer por ter deixado a Intendência em seguida, e a Cruz Grande ali ficou abandonada.

     Quando o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon escolheu este local para a construção do quartel do atual 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado, a Cruz foi mantida em seu interior, sendo recortada nas extremidades, por estar apodrecendo, e colocada sobre um pedestal, ainda em forma de altar.
     Posteriormente foram-lhe apostas mais duas placas. Uma, de forma oval, em bronze, diz “Homenagem dos Oficiais Inferiores e Praças do 1º Batalhão de Infantaria da Brigada.

Segunda, 12 Outubro 2015 19:48

CANÇÃO DO REGIMENTO

Letra: 1º Ten Cav Clóvis Nogueira de Sá
Música: 1º Ten Mus Bernardino de Moura

I

AQUI MARCHA O GLORIOSO REGIMENTO,
VANGUARDEIRO DA PÁTRIA NAS COXILHAS,
CONDUZINDO A BANDEIRA DA VITÓRIA,
RESGUARDANDO AO BRASIL ETERNA GLÓRIA.

II

NOSSO OLHAR PAIRA LÁ NO HORIZONTE,
CONTEMPLANDO A GRANDEZA DA FRONTEIRA,
PATRULHANDO ESTA TERRA TÃO QUERIDA...
OU LEGANDO NA GUERRA A NOSSA VIDA...

III

JOÃO MANOEL NOS DEIXOU SUA CORAGEM,
QUE GUARDAMOS SERENOS PARA A LUTA,
ORDENANDO AO CLARIM, DESPREZAMOS AO PERIGO...
CARREGAR... CARREGAR... AO INIMIGO...

BIZ

CARREGAR...
CARREGAR...
CARREGAR...

Segunda, 12 Outubro 2015 19:41

ARMA DE CAVALARIA

     Desde os primórdios, o homem busca combater o seu inimigo em melhores condições. Desse imperativo, surgiu a palavra AKVA, de origem sânscrita, cujo significado é “combater em vantagem de posição”, originando dessa forma, a Arma de Cavalaria. Na antiguidade, essa vantagem era conseguida por meio do uso de plataformas empurradas por guerreiros. Mais tarde, as plataformas foram sendo substituídas por elefantes, camelos e cavalos.

     O aperfeiçoamento das armas, decorrentes da rápida evolução tecnológica dos últimos anos, ampliou suas possibilidades, por meio da agregação de inovações nas modernas plataformas de combate.
     Hoje, no bojo dos modernos carros de combate que, atualmente, equipam o Exército Brasileiro, ou sob as asas de helicópteros de reconhecimento e ataque, a Cavalaria continua atuando em largas frentes, precedendo as forças terrestres, reconhecendo, provendo segurança e realizando manobras envolventes e profundas, missões consagradas da Arma de Cavalaria.
     Além disso, suas características de flexibilidade, capacidade de manobra, ação de choque, comunicações amplas e flexíveis, potência de fogo e proteção blindada lhe conferem, atualmente, grande importância no campo de batalha tridimensional e não linear, cada vez mais letal e dinâmico.
     Fonte: Noticiário do Exército número 10.072, de 10 de maio de 2003.

O Patrono

     O Legendário Manoel Luís Osorio nasceu em 10 de maio de 1808, na antiga Vila de Santo Antônio do Arroio, hoje Município de Osório, no Rio Grande do Sul.
     De soldado a marechal fez-se presente em todas as campanhas travadas pela manutenção e configuração de nossas fronteiras sul e oeste, desde a Independência até a Guerra da Tríplice Aliança. Foram ao todo nove campanhas, sendo na Batalha de Tuiuti, em maio de 1866, o ápice da sua trajetória.
     Osorio revelou-se, no campo de batalha, talhado para o comando, um chefe que fascinava seus subordinados e que, pelo exemplo, empolgava e arrastava como nenhum outro jamais conseguiu em tão alto grau.
     Condutor de homens por excelência e habilíssimo em aproveitar as propriedades do terreno, foi escolhido como Patrono da Arma de Cavalaria, por encarnar em vida os ideais de coragem, arrojo e habilidade no combate, inserindo-se, assim, na História do Brasil, como um de seus personagens mais significativos na galeria dos imortais heróis do nosso país.
     Observação: Osorio, sem acento, é a grafia correta do nome do Patrono da Cavalaria, embora a cidade que hoje ostenta seu nome o apresente como Osório (RS), acentuado.

DESCRIÇÃO HERÁLDICA DO ESTANDARTE DA OM

"MEMORIAL DESCRITIVO DE UMA BANDEIRA ALEGÓRICA PARA O REGIMENTO JOÃO MANOEL"

     Aos imperativos históricos se associam os interesses estéticos, e ambos se subordinam ao maior interesse da concepção, qual seja o de impressionar, pelo desenho e pelas cores, o soldado, exaltando-lhe a imaginação no conhecimento dos vultos, fatos e relíquias da história pátria.
     A bandeira se apresenta com as cores heráldicas do Exército.
     Campo azul com bordadura de vermelho. Duas grandes lanças, de branco, com bandeirolas da mesma cor, representando a arma do Regimento, se estendem ao longo das diagonais.
     No centro, sobre o cruzamento das lanças, um losango de amarelo debruado de vermelho, ostenta, ao alto, em letras verdes dispostas em arco, o título do Regimento.
     Sobre os dois eixos do losango, em grande destaque, como que dominando as atenções gerais, a cruz da Ordem Militar de Aviz.
     Esta cruz, de grandes tradições na história militar, tem, na bandeira um duplo objetivo: - o de representar o galardão que só era concedido ao mérito militar, e que JOÃO MANOEL o possuía em todos os graus, e de lembrar a cruz de madeira que a piedade cristã brasileira ergueu em São Borja, e que hoje perpetua o lugar onde se feriu a batalha de 10 de junho de 1865.
     Esta data se marca na bandeira em letras bordadas a ouro, acima do vértice superior do losango, entre dois ramos de louros de uma coroa.
     Duas pontas de fita de cor branca se desenvolvem, para a direita e para a esquerda, sobre os extremos inferiores das lanças, para assinalarem os nomes em vermelho, de SÃO BORJA e PERIBEBUY.
     Estes os maiores títulos da glória de JOÃO MANOEL: São Borja, o triunfo do valor militar; Peribebuy: a imortalidade na voz da História.
     Franja de ouro em volta da bandeira.
     O laço militar, com a designação de ordem na organização do Exército – 2º R C Mec em letras de ouro.

"APROVAÇÃO DE MODELO DE ESTANDARTE"

     O Exmo. Sr. Ministro da Guerra declara, para os fins convenientes, que aprova o modelo, que a este acompanha, do estandarte mandado adotar para o "Regimento João Manoel", pelo art. 2º, do decreto nº 1.591, de 29 de abril de 1937 (aviso 605, de 5-8-1938).

     JOÃO MANOEL MENNA BARRETO nasceu em 24 de janeiro de 1824, em Porto Alegre. Era filho legitimado do Marechal-de-Exército João de Deus Menna Barreto, Visconde de São Gabriel. Casou com dona Maria Balbino Palmeiro da Fontoura, irmã da Baronesa de São Gabriel, em 27 de agosto de 1849. O casal teve cinco filhos: o general João Manoel Menna Barreto Filho, o general João Carlos Menna Barreto, Dona Adelaide Menna Barreto, Dona Maria Balbina Menna Barreto e Dona Alice Menna Barreto. JOÃO MANOEL assentou praça como voluntário em 1º de julho de 1839, no 1º Regimento de Cavalaria.
     Em março de 1841, passou para o 2º Regimento da mesma arma. Foi promovido a alferes em 27 de maio de 1842. A tenente em 30 de setembro de 1846, no 4º Regimento de Cavalaria. A capitão em 27 de agosto de 1849. Por merecimento, em decreto de 14 de abril de 1855, foi promovido a major no 3º Regimento. A tenente-coronel, por merecimento, em 2 de dezembro de 1859. A coronel, por merecimento, em 18 de fevereiro de 1865. E finalmente a brigadeiro em 1º de junho de 1867. Foi condecorado com a medalha da Campanha do Estado Oriental (1851-1852), com o grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo (1858), com o hábito da Ordem de São Bento de Aviz (1860), com o grau de Oficial da Ordem do Cruzeiro (1865), com o grau de Grande Dignitário da Ordem da Rosa (1869) e com a Medalha de Mérito Militar.

"CAMPANHAS E COMBATES EM QUE TOMOU PARTE:"

     De março de 1841 a março de 1845, João Manoel participou da campanha da província, até a pacificação do Rio Grande do Sul. Posteriormente, em 1851 e 1852, participou da Campanha do Estado Oriental, nas operações contra Rosas e Oribe, tendo atuado no ataque a Paisandú, no Uruguai. O famoso "Combate de São Borja" ocorreu a 10 de junho de 1865, nos primórdios da Guerra do Paraguai. Em seguida, veio o combate de Potrero-Obella, em 29 de outubro de 1867, e o de Taji, em 2 de novembro de 1867, 1868 foi um ano glorioso para João Manoel. Tomou parte no Combate de Jacaré, no dia 7 de junho de 1868, e distinguiu-se particularmente no dia 21 de dezembro, ocasião em que se apoderou das trincheiras do Pikisiri, atacando-as de flanco por ordem de CAXIAS e ficando senhor de mais de 30 canhões.
     No ataque de Peribebuí, JOÃO MANOEL foi ferido mortalmente e faleceu a 12 de agosto de 1869. Lutava na vanguarda, como era de seu feitio, e já conquistara vários troféus de guerra, como bandeiras e armas do inimigo.
     Por ocasião da Guerra do Paraguai, na ordem do dia do Exército Nacional, relativa ao dia em que JOÃO MANOEL faleceu, foi registrado e lamentado o acontecimento. Ficou também assinalado o seu ingresso na História do Brasil.

"BRIGADEIRO JOÃO MANOEL MENNA BARRETO"
"HERÓI DO RIO GRANDE DO SUL E DO BRASIL"

     O "Regimento João Manoel" origina-se do 6º Regimento de Cavalaria Ligeira, tendo sido criado com o Plano de Reorganização do Exército, baixado pelo Decreto nº 10.015 de 18 de agosto de 1888. A data do seu aniversário, entretanto é comemorada no dia 15 de agosto de 1889, data em que o Regimento foi organizado na cidade de Jaguarão, com a denominação de 6º Regimento de Cavalaria, sendo seu efetivo constituído pela transferência de praças do 2º e 4º Regimentos de Cavalaria Ligeira, aquartelados, respectivamente, em Jaguarão e Livramento. No período de 1890 a 1892, o Regimento ocupou aquartelamentos em Santa Vitória do Palmar, Bagé, Santana do Livramento e Dom Pedrito, onde teve seu batismo de fogo em fevereiro de 1893, durante a Revolução Federalista.
      Em 1897, o então 6º Regimento de Cavalaria foi transferido para São Borja, a fim de integrar a Linha Divisionária de Comando da Fronteira das Missões, ocupando as instalações do Quartel Velho, no bairro do Passo, no dia 22 de abril.
     Nos anos de 1914 e 1915, participou da Revolta do Contestado com um contingente de 45 homens.
     Teve sua denominação modificada, em 1º de janeiro de 1920, para 2º Regimento de Cavalaria Independente.
     Em 28 de outubro de 1924, o 2º R C I aderiu, com parte de seu efetivo, à Rebelião Militar que deu origem à Coluna Prestes.
      O Regimento ocupou seu atual aquartelamento em 26 de julho de 1927. O local foi escolhido pelo Marechal Rondon, a fim de preservar a Cruz Grande, que marca o sítio histórico onde se travou o Combate de São Borja, em seu interior.
      Em 03 de outubro de 1930, em conseqüência do Movimento Revolucionário, parte do seu efetivo emigrou para a Argentina, sendo o Regimento reorganizado em 07 de outubro.
      Em 28 de agosto de 1932, durante a Revolução Constitucionalista, o 2º R C I deslocou-se para a região de Rincão, a fim de combater as forças revolucionárias, regressando ao Quartel em 10 de setembro.
     Por Decreto Presidencial de 29 de abril de 1937, o 2º R C I recebeu a denominação histórica de "Regimento João Manoel", justa homenagem em que a Pátria agradecida reverencia a memória do bravo Comandante do 1º Corpo de Voluntários da Pátria que, em 10 de junho de 1865, acorreu em defesa da população da então Vila de São Borja, por ocasião da invasão paraguaia.
      Em 10 de agosto de 1938, teve seu Estandarte aprovado pelo Ministro da Guerra, o qual foi ofertado ao Regimento pelo Elite Clube, atual Clube Comercial, em 15 de novembro de 1939.
      Por determinação do Ministro da Guerra foi inaugurado, em 10 de junho de 1943, o Monumento aos Heróis de São Borja, um digno pedestal para a Cruz Grande, "em memória dos mortos no campo de honra e feridos no combate, elogiados e condecorados".
      Nos anos de 1943 e 1944, durante a 2ª Guerra Mundial, o 2º R C I enviou três contingentes para o Centro de Recompletamento de Pessoal da Força Expedicionária Brasileira, perfazendo um total de 126 homens. Em 15 de janeiro de 1945, faleceu em operações de guerra, em Valdibura, na Itália, o Soldado João Mancias Alves, deste Regimento, o qual foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil e Cruz de Combate de 2ª Classe.
      Em 1º de julho de 1946 passou a denominar-se 2º Regimento de Cavalaria e, em 21 de agosto de 1954, teve a sua Bandeira condecorada com a Ordem do Mérito Militar.
     Em 16 de maio de 1973, a 1ª Divisão de Cavalaria realizou sua última carga hipomóvel, na invernada do Regimento, área onde hoje se encontra o Aeroporto João Manoel. Além do 2º R C, participaram deste evento memorável, tendo à frente o Comandante do III Exército, o 1º R C, de Itaqui; o 3º R C, de São Luiz Gonzaga; o 4º R C, de Santiago; uma Seção de Canhões Anticarro de cada Unidade; uma Bateria de Obuses do 19º G A C, de Santiago e aeronaves da Força Aérea Brasileira.
      Ainda em 1973, por Decreto de 02 de julho, passou a denominar-se 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado e, em 15 de outubro recebeu, em solene formatura próxima ao antigo Q G da 1ª Brigada de Cavalaria, seus três primeiros Carros de Combate Leves M3A1, as famosas "Pererecas". Naquele momento, os cavalarianos do antigo 2º R C ouviram o relincho dos cavalos se confundir com o ronco dos motores e perceberam que, em breve, o "nobre amigo" seria substituído pelo novo ser, de corpo de aço e alma de fogo, a quem caberia conduzir o Regimento a novas e gloriosas cargas.
     Em 14 de novembro de 1975 chegaram as cinco primeiras Viaturas Blindadas de Reconhecimento "Cascavel", sendo que o restante somente chegaria em 1977, juntamente com as Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal "Urutu".
      Em 09 de dezembro de 1975, os restos mortais do Brigadeiro João Manoel foram transladados do Pantheon dos Heróis, em Porto Alegre, e colocados sob a Cruz Grande, na base do Monumento aos Heróis de São Borja.
      Em homenagem a todos os cavalos que, galhardamente, conduziram este Regimento, a um lugar de destaque entre as Unidades de Cavalaria, foi erigido, em 15 de agosto de 1976, sobre o túmulo de Faísca, animal que mais se destacou em provas de salto, o Monumento ao Cavalo.
      Com o objetivo de cultuar as tradições da Arma foi criado, em 1982, o Museu do Velho Regimento, para onde foram recolhidos diversos tipos de material utilizados pela Cavalaria Hipomóvel e objetos que fazem parte da história do Regimento. Como uma demonstração de respeito e admiração pelas tradições gaúchas, visando preservá-las, difundi-las e praticá-las, foi fundado, em 1987, o Piquete João Manoel.
      Em 21 de outubro de 1996 foi inaugurado o Monumento à Força Expedicionária Brasileira, como um preito de gratidão aos pracinhas que, nos campos da Itália, mostraram o valor do Soldado Brasileiro, defendendo com suas vidas os ideais de justiça e liberdade.
      Com mais de um século de existência, o Regimento já comemorou três centenários: o de criação, em 15 de agosto de 1989; o de instalação em São Borja, em 22 de abril de 1997; e o da Cruz Grande, em 29 de junho de 2000. É um Regimento com características peculiares e inconfundíveis: está construído no sítio histórico onde o Brigadeiro João Manoel travou o Combate de São Borja, repelindo o inimigo invasor, e foi a primeira Unidade do Exército a abrigar os restos mortais de seu patrono no próprio quartel, com seus militares zelando pelo repouso eterno do guerreiro.
      O Regimento possui uma alma! É um ser forte, que luta, sofre e vibra. É o herdeiro do 6º R C, o cavalariano pioneiro, defensor desta fronteira. A Cruz Grande, altiva e secular, mostra ao soldado o caminho do dever. Passam-se os anos, permanece o exemplo do nosso Patrono: o combatente sempre pronto para tudo o que lhe for exigido em nome do seu Regimento e da sua Pátria. Este é o Regimento João Manoel! Esta é a síntese de sua história de lutas, glórias e sacrifícios em prol do Exército, para a grandeza do Brasil.

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