Informática
HIDROGRAFIA
A bacia hidrográfica de São Borja é servida da seguinte forma: o Rio Uruguai, com grande volume de água, que tem como afluentes no município os rios Icamaquã e Butuí.
O rio Butuí nasce em São Borja, sendo sua nascente em campos de criação de gado, sem proteção, vindo a ter mata ciliar um pouco abaixo da nascente. É um rio que tem sua água bastante disputada para a irrigação das lavouras de arroz, diminuindo consideravelmente a água em períodos de estiagem.
O rio Icamaquã, de maior porte, também tem em suas margens grandes lavouras de arroz, e sua água usada para irrigação. Em períodos de estiagem prolongada seca em alguns trechos, porém em períodos de chuvas excessivas, ocorrem enchentes em suas várzeas.
Nas margens do rio Uruguai estão as terras mais caras, onde a água para a irrigação é farta, porém sujeita às cheias do rio. As águas são bastante barrentas devido à constante erosão.
FAUNA E FLORA
As matas existentes são compostas por madeiras de excelente qualidade, usadas tanto na construção civil como na indústria moveleira, bem como fonte de energia em olarias, padarias e secadores de cereais. As espécies mais comuns são: pau-ferro nas terras altas e pedregosas, angico, louro, espinilho nas várzeas e banhados, ipês, timbaúva, canafístula, corticeira, açoita-cavalo, etc.
É possível encontrar avestruzes, ratões-do-banhado, veados brancos e pardos, graxains, capivaras, bugios, emas, lagartos, raposas, lebres, tatus, patagônias, saracuras, perdigões, perdizes, e peixes como dourado, surubi, piava, entre outros.
HABITAÇÃO
São Borja é uma localidade que cresceu desordenadamente, sem haver uma infra-estrutura que direcionasse o aumento da área urbana. A periferia da cidade é constituída de vilas habitacionais.
O abastecimento de água potável é feito por intermédio da Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN, com captação de água do Rio Uruguai.
O tipo de habitação predominante é alvenaria, havendo um número considerável de casas de madeira. No meio rural predominam habitações do tipo madeira e o número de casas de tijolo sem reboco é bem expressivo.
ESTRUTURA DO ENSINO
Atualmente o município de São Borja conta com:
- 11 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI);
- 11 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF) na zona urbana e 08 na zona rural;
- 10 escolas estaduais na cidade e 03 no interior;
- 02 colégios particulares: o Colégio Sagrado Coração de Jesus, com turmas do jardim ao ensino médio, com formação profissionalizante de Técnico em Informática e Técnico em Enfermagem, bem como o Colégio Adventista, que oferece o Ensino Fundamental;
- Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA): oferece os cursos de Jornalismo, Ciências Humanas, Ciências Sociais – Ciência Política, Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, Direito, Geografia, Relações Públicas e Serviço Social;
- Instituto Federal Farroupilha (IFFAR), com cursos técnicos na área de Informática, Eventos e Cozinha; Licenciaturas em Matemática e Física; Bacharelado em Sistemas de Informação; Tecnologia em Gestão de Turismo e Tecnologia em Gastronomia. Na modalidade de educação a distância, é ofertado o curso Técnico em Informática para Internet.
- Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), com os cursos de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (Bacharelado) e Gestão Ambiental (Bacharelado).
- Possui também diversos cursos EAD, entre eles, o Centro Universitário Internacional (UNINTER), a Universidade Anhanguera e a Universidade Uniasselvi.
SÃO BORJA - RIO GRANDE DO SUL - TERRA DOS PRESIDENTES
O município de São Borja foi fundado em 1682 e elevado a vila em 21 de maio de 1834. Está situado a 584 Km de Porto Alegre, capital do Estado, possuindo uma área de 3.616,69 Km2.
Segundo dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2010) a população do município é de 61.671 habitantes, perfazendo a densidade populacional equivalente a 17,05 hab/km².
São Borja limita-se com os municípios de São Nicolau, Garruchos, Santo Antônio das Missões, Bossoroca, Santiago, ltaqui, Maçambará e com a República Argentina através do Rio Uruguai.
Em meados de 1682, o Padre Francisco Garcia de Prada (Jesuíta Espanhol) atravessou o Rio Uruguai para fundar a redução de São Francisco de Borja, dando início à segunda fase da colonização das Missões e marcando a então “redução jesuítica” na história, como sendo o primeiro dos “Sete Povos das Missões” a ser organizado, após a destruição das Missões Orientais pelos bandeirantes paulistas.
Em 1690, a redução recebeu a denominação de Povo das Missões Jesuíticas, sendo, desta forma, reconhecida como Jurisdição Social e Religiosa sob o domínio político da Espanha.
Em 1801, o Povo das Missões Jesuíticas de São Francisco de Borja passou para o domínio Português, sob a liderança do Capitão de Dragões Francisco Barreto Pereira Pinto, que mandou o Cabo Manoel dos Santos Pedroso e José Borges do Canto, desertor do Regimento de Dragões, conquistarem o Povo de São Francisco de Borja, depois que Gabriel de Almeida e Manoel dos Santos Pedroso conquistaram o município de Rio Pardo através de Resolução Provincial, assinada pelo Presidente Manoel Antônio Galvão, obtendo assim a sua autonomia.
O primeiro Vereador da Câmara Municipal de São Borja foi João José da Fontoura Palmeiro, em abril de 1834. “Freguesia”, em 21 de maio do mesmo ano foi elevada à “Vila” através de Termo Municipal. Em 1887 recebeu a designação de “cidade”.
O município foi influenciado na parte religiosa em virtude da própria fundação ser de origem católica, sendo esta a religião predominante.
No setor político, São Borja é chamada de “Berço do Trabalhismo”, sendo que dois Presidentes da República tiveram São Borja como terra natal (o Presidente Getúlio Dornelles Vargas e o Presidente João Goulart). Até hoje, São Borja tem, no trabalhismo, fortes influências dentro do município.
Seu povo é formado por pessoas oriundas de várias etnias e pelo gaúcho típico, com usos e costumes próprios e fortes raízes no campo.
Na área cultural, o município tem vasto acervo nos museus Missioneiro, Getúlio Vargas e João Goulart. Os Museus Getúlio Vargas e João Goulart estão instalados nas antigas casas dos Presidentes. São Borja dispõe também do Espaço Cultural Brigadeiro João Manoel Menna Barreto, no interior do 2° RC Mec, e do Museu da Estância, de propriedade do Grupo Amador de Arte “Os Angüeras".
O nativismo e o culto das tradições influenciam enormemente a população, tendo como destaque o grupo de cultura nativa Os Angüeras.
Os Centros Tradicionalistas que mais se destacam são: Centro Nativista Boitatá, Centro de Tradições Gaúchas Tropilha Crioula, Centro de Folclore e Tradições Gaúchas Farroupilha, Piquete de Tradições Gaúchas João Manoel e Centro de Tradições Gaúchas Revivendo a Tradição. Existem também vários piquetes, no perímetro urbano e rural do município.
Entre os eventos relacionados à tradição, destacam-se:
- Semana Farroupilha: o Município de São Borja foi declarado “Capital Gaúcha do Fandango” através da Lei Nº 15.093, de 2 de janeiro de 2018.
- Festival da Barranca: acontece anualmente às margens do Rio Uruguai, com apresentação de músicas e poesias nativas.
- Ronda de São Pedro: Festival que ocorre com periodicidade anual, promovido pelo Centro Nativista Boitatá.
No mês de outubro realiza-se a Feira Nacional do Oeste (FENAOESTE), no Parque de Exposições General Serafim Dornelles Vargas, com diversos shows musicais, entre outras atrações.
Além dos Círculos Militares, o município dispõe de seis Clubes Sociais, sendo que três (Associação Atlética Banco do Brasil, Clube Comercial e Clube Recreativo Samborjense), possuem áreas de lazer e piscinas à disposição dos seus associados.
A comunidade é composta por várias religiões (Católica, Evangélica, Espírita...). A Católica, conta com duas Paróquias, sendo a São Francisco de Borja, situada no centro da cidade e a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, situada no bairro do Passo, que atende também todo o interior do município. A Evangélica conta com a Igreja Assembleia de Deus, Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular e Igreja Batista, entre outras. A Espírita conta com a Sociedade Espírita José Ferreira de Moraes, Sociedade Espírita Allan Kardec e Instituto de Cultura Espírita Caminho da Luz.
A economia do município é baseada na agropecuária, principalmente no plantio e beneficiamento de arroz, no plantio de soja e na criação de gado de corte. O setor primário contribui com 61% do PIB do município, a indústria com 22%, o comércio com 11% e o setor de serviços com 6%.
INFORMAÇÕES SOBRE A PARTICIPAÇÃO DE CONTINGENTE DO 2º R C I (atual 2º R C Mec) NA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA
João Mancias Alves nasceu em São Borja em 11 de novembro de 1921. Era filho legítimo do Sr. Daniel Alves e de Dona Júlia Mancias dos Santos.
Com boa estatura, agricultor e não alfabetizado, sentou praça como voluntário no então 2º Regimento de Cavalaria Independente, sendo incorporado no 2º Esquadrão de Fuzileiros em 3 de fevereiro de 1941.
Foi considerado mobilizável, por ter passado a pronto na instrução do 1º período, em 31 de julho de 1941.
Tendo sido selecionado, partiu deste Regimento, juntamente com mais 39 praças, em 21 de outubro de 1943, com destino ao Rio de Janeiro, para integrar o 1º Escalão da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Embarcou com o 2º Escalão em 20 de setembro de 1944, no navio americano "Gen Mann", após um longo período de preparação.
O navio desatracou em 22 de setembro e chegou a Nápoles em 06 de outubro de 1944.
Desempenhava a função de motorista da Companhia do Quartel-General, quando veio a falecer em operações de guerra, em 15 de janeiro de 1945, em Valdibura, na Itália.
Foi Agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil e Cruz de Combate de 2ª Classe.
"HERÓI DO REGIMENTO - HERÓI DO BRASIL!"
Homenagem do Regimento João Manoel
Quartel em São Borja - RS, 24 de março de 2000.
Fontes consultadas: Adt. BI nº 28-A, de 3/Fev/1941; BI nº 182, de 31/Jul/1941; BI nº 244, de 19/Out/1943 e Boletim do Exército nº 9, de 3/Mar/1945 (1º Trimestre).
Sd JOÃO MANCIAS ALVES
( *11-11-1921 +15-01-1945)
EFETIVO DA FEB
Relação nominal dos integrantes do 2º R C I (atual 2º R C Mec) na FEB
CONTINGENTE EMBARCADO EM 19/12/1944 | |
- 2º TEN RODOLFO GARTNER DANN - 3º SGT IVAM PITALUGA HOFFMANN - 3º SGT LEONARDO ARANDA DA SILVA - 3º SGT GUERINO COLNAGUI - CABO DIAREU ALVEAR DE ALMEIDA - CABO DELFINO ROMERO PEDROSO - CABO VITERBO PEREIRA DOS SANTOS - CABO NOEL FIORAVANTE - CABO HUGO JOBIM DUARTE - CABO ADÃO SEPULVEDA DE MOURA - CABO DARCI DE CASTRO BETTIM |
- CABO JACOB COPEAUX XIMENEZ - SOLDADO VERANO JORNADA - SOLDADO OTACÍLIO SOARES - SOLDADO SERAFIM BETIM DOS SANTOS - SOLDADO POLICARPO FONTELA MACHADO - SOLDADO ELEUTÉRIO DO NASCIMENTO - SOLDADO MARCIANO FONTOURA DA SILVA - SOLDADO GENTIL SOARES PEREIRA - SOLDADO ANTONINO NEVES ARCE - SOLDADO GENTIL FERREIRA SALDANHA |
CONTINGENTE EMBARCADO EM 26/12/1944 | |
- 1º SGT ROSALINO MAZUCO - SOLDADO MANOEL GASPAR TEIXEIRA ALVARES - SOLDADO OTÁVIO MACIEL DE MOURA - SOLDADO ROMANO NARDÉLO - SOLDADO ALÍCIO DOS SANTOS - SOLDADO FORTUNATO PARAÍBA - SOLDADO HONÓRIO GOMES PROENÇA - SOLDADO ANTÔNIO ESTACHELISKI - SOLDADO PEDRO RODRIGUES DE ALMEIDA - SOLDADO JACINTO ZELIOTO - SOLDADO JOÃO DE LOURENÇO FILHO - SOLDADO RUBENS DA ROSA - SOLDADO SERAFINO FABRO - SOLDADO LUIZ FERREIRA DO AMARAL - SOLDADO VIRIATO JOSÉ DO ROSÁRIO - SOLDADO ADÃO DE PAULA ALVES - SOLDADO ARMELINDO JOSÉ PASTORI - SOLDADO PAULO GEORGE - SOLDADO EUCLÍDES CORNÉLIO - SOLDADO AVELINO DENARDI - SOLDADO EZEQUIEL RUIVO ESCOBAR - SOLDADO FIORENTINO VENDRÚSCULO - SOLDADO OSVALDO PATRÍCIO KERCH - SOLDADO ARGEMIRO SERISSOLA - SOLDADO JOSÉ MORTOVANI - SOLDADO SILVIO ZAGO - SOLDADO ANTÔNIO LAZAROTO - SOLDADO ARISTÓTELES FREITAS DE OLIVEIRA - SOLDADO ORACÍLIO FONTELA - SOLDADO LAURO VELASQUE DE MOURA - SOLDADO HÉLIO DA SILVA SILVEIRA - SOLDADO LUIZ MARTINS - SOLDADO VASCO FERNANDES |
- SOLDADO LARICO DO NASCIMENTO - SOLDADO ILDEFONSO DE SOUZA - SOLDADO CAETANO SILVA - SOLDADO QUIRINO MENDES DOS SANTOS - SOLDADO ARNALDO KASSAFUZ - SOLDADO BRASIL NUNES TRINDADE - SOLDADO AFONSO BERLE - SOLDADO VARDEMAR BRAGA DE MELO - SOLDADO OTO SCHMITH - SOLDADO SILVIO ARAÚJO DOS SANTOS - SOLDADO APARÍCIO BRAGA DE MELO - SOLDADO ABÍLIO ANTUNES DA ROSA - SOLDADO ESTANISLAU BARENOSKI - SOLDADO BERNADINO JOSÉ DO NASCIMENTO - SOLDADO LADISLAU UBISNKI - SOLDADO GERMANO GRANS - SOLDADO GOMERCINDO HENRIQUE DE OLIVEIRA - SOLDADO VENÂNCIO NUNES - SOLDADO ELPÍDIO TRINDADE FONTELA - SOLDADO TRANQUILO MORRETO - SOLDADO EUDORICO DOS SANTOS MOREIRA - SOLDADO JANUÁRIO CASSAFUZ - SOLDADO ROSALINO BETIM DOS SANTOS - SOLDADO JOSÉ MACIEL - SOLDADO BERTOLDO JOÃO ALBRECHT - SOLDADO ANTÔNIO FAGUNDES DE PAZ - SOLDADO CELESTINO SOARES - SOLDADO MARÇAL FERREIRA BORGES - SOLDADO ANTÔNIO DELFES TEIXEIRA - SOLDADO FLORENTINO GUIMARÃES VIEIRA - SOLDADO PEDRO GOMES DA SILVA - SOLDADO RAMÃO BATISTA DE MELO |
(Transcrito do Boletim Regimental nº 016, de 18 de janeiro de 1945) |
BREVE HISTÓRICO DA CRUZ GRANDE
No ano de 1900, oficiais do 6º Regimento de Cavalaria (1ª designação do 2º R C Mec), com seu quartel sediado no Bairro do Passo, local onde atualmente está instalada a CORSAN, quiseram homenagear o Marechal Floriano Peixoto, falecido em 1895, no aniversário de sua morte, que iria transcorrer em 29 de junho. O Marechal Floriano, quando 2º Tenente de Artilharia, havia lutado na região contra os invasores paraguaios, tendo patrulhado o rio Uruguai, entre Paso de Los Libres e Uruguaiana, em chatas armadas com canhões, não permitindo a ligação das forças inimigas existentes em ambas as margens e, posteriormente, a fuga dos efetivos que haviam se apossado de Uruguaiana.
Ao morrer, o Marechal havia deixado muitos desafetos, por isso Trajano Cesar - então tenente - sugeriu que fosse “levantada uma cruz no campo desocupado onde, em 1865, se travara um combate entre forças brasileiras e as invasoras do Paraguai, a fim de servir de símbolo a uma Missa Campal, no dia 29 de junho". O quartel, no Passo, estava sendo reformado pelo então Major João José de Oliveira Freitas, que forneceu restos de madeira de lei que tinha sido retirada dos matos de São Gabriel. Seguindo indicações de Trajano Cesar, o carpinteiro do Regimento, Sr. Anastácio Pitaluga, fez a cruz que foierguida no local da famosa “Resistência de São Borja”. Foi aí que, em 29 de junho de 1900, foi rezada uma Missa Campal com a presença dos “integrantes do 6º Regimento de Cavalaria, do 6º Batalhão de Infantaria e muitíssimas famílias”.
Terminada a missa, foi colocada nessa cruz uma placa comemorativa, em bronze, fundida no Arsenal da Marinha então existente em Itaqui, por gentileza do Capitão-Tenente Gustavo Antônio Garnier, seu Diretor. “Atarracharam os parafusos da placa os Generais Francisco Rodrigues Lima e Manoel do Nascimento Vargas, o Ten Cel Carlos Mesquita e o Intendente de São Borja, Júlio Garcia Tróis”. É a placa que vemos, ainda hoje, em forma de barrete frígio - símbolo da República - onde se lê “Pelo Marechal Floriano aos Voluntários da Pátria - 10.6.1865/10.06.1900”. A partir de então, já que a base da cruz era constituída de um pequeno altar, o lugar serviu para comemorar, com missas campais, o 15 de Novembro. Em sua carta - escrita quando já era General - Trajano Cesar diz que regressou a São Borja em 1913 e viu que “o sítio estava arruado e cheio de edificações particulares” estando a Cruz dentro do quintal de uma delas. Escreveu longa carta a Viriato Vargas, então Intendente de São Borja, contra o que considerava uma profanação. Este nada pôde fazer por ter deixado a Intendência em seguida, e a Cruz Grande ali ficou abandonada.
Quando o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon escolheu este local para a construção do quartel do atual 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado, a Cruz foi mantida em seu interior, sendo recortada nas extremidades, por estar apodrecendo, e colocada sobre um pedestal, ainda em forma de altar.
Posteriormente foram-lhe apostas mais duas placas. Uma, de forma oval, em bronze, diz “Homenagem dos Oficiais Inferiores e Praças do 1º Batalhão de Infantaria da Brigada.
CANÇÃO DO REGIMENTO
Letra: 1º Ten Cav Clóvis Nogueira de Sá
Música: 1º Ten Mus Bernardino de Moura
I
AQUI MARCHA O GLORIOSO REGIMENTO,
VANGUARDEIRO DA PÁTRIA NAS COXILHAS,
CONDUZINDO A BANDEIRA DA VITÓRIA,
RESGUARDANDO AO BRASIL ETERNA GLÓRIA.
II
NOSSO OLHAR PAIRA LÁ NO HORIZONTE,
CONTEMPLANDO A GRANDEZA DA FRONTEIRA,
PATRULHANDO ESTA TERRA TÃO QUERIDA...
OU LEGANDO NA GUERRA A NOSSA VIDA...
III
JOÃO MANOEL NOS DEIXOU SUA CORAGEM,
QUE GUARDAMOS SERENOS PARA A LUTA,
ORDENANDO AO CLARIM, DESPREZAMOS AO PERIGO...
CARREGAR... CARREGAR... AO INIMIGO...
BIZ
CARREGAR...
CARREGAR...
CARREGAR...
ARMA DE CAVALARIA
Desde os primórdios, o homem busca combater o seu inimigo em melhores condições. Desse imperativo, surgiu a palavra AKVA, de origem sânscrita, cujo significado é “combater em vantagem de posição”, originando dessa forma, a Arma de Cavalaria. Na antiguidade, essa vantagem era conseguida por meio do uso de plataformas empurradas por guerreiros. Mais tarde, as plataformas foram sendo substituídas por elefantes, camelos e cavalos.
O aperfeiçoamento das armas, decorrentes da rápida evolução tecnológica dos últimos anos, ampliou suas possibilidades, por meio da agregação de inovações nas modernas plataformas de combate.
Hoje, no bojo dos modernos carros de combate que, atualmente, equipam o Exército Brasileiro, ou sob as asas de helicópteros de reconhecimento e ataque, a Cavalaria continua atuando em largas frentes, precedendo as forças terrestres, reconhecendo, provendo segurança e realizando manobras envolventes e profundas, missões consagradas da Arma de Cavalaria.
Além disso, suas características de flexibilidade, capacidade de manobra, ação de choque, comunicações amplas e flexíveis, potência de fogo e proteção blindada lhe conferem, atualmente, grande importância no campo de batalha tridimensional e não linear, cada vez mais letal e dinâmico.
Fonte: Noticiário do Exército número 10.072, de 10 de maio de 2003.
O Patrono
O Legendário Manoel Luís Osorio nasceu em 10 de maio de 1808, na antiga Vila de Santo Antônio do Arroio, hoje Município de Osório, no Rio Grande do Sul.
De soldado a marechal fez-se presente em todas as campanhas travadas pela manutenção e configuração de nossas fronteiras sul e oeste, desde a Independência até a Guerra da Tríplice Aliança. Foram ao todo nove campanhas, sendo na Batalha de Tuiuti, em maio de 1866, o ápice da sua trajetória.
Osorio revelou-se, no campo de batalha, talhado para o comando, um chefe que fascinava seus subordinados e que, pelo exemplo, empolgava e arrastava como nenhum outro jamais conseguiu em tão alto grau.
Condutor de homens por excelência e habilíssimo em aproveitar as propriedades do terreno, foi escolhido como Patrono da Arma de Cavalaria, por encarnar em vida os ideais de coragem, arrojo e habilidade no combate, inserindo-se, assim, na História do Brasil, como um de seus personagens mais significativos na galeria dos imortais heróis do nosso país.
Observação: Osorio, sem acento, é a grafia correta do nome do Patrono da Cavalaria, embora a cidade que hoje ostenta seu nome o apresente como Osório (RS), acentuado.